Por Redação do Fact Mundi
Este ano foi especialmente extremo em termos climáticos, em todo o planeta. Houve recordes de calor na Antártica, no oeste do Canadá, fortes tempestades de granizo, na França, inundações, na Alemanha, em Moscou, furacão Elsa, no Atlântico, onda polar histórica, em grande parte do Brasil, com registro recorde de frio na Bolívia e no Paraguai.
Segundo o World Weather Attribution, as ondas de calor extremo no oeste dos Estados Unidos e no Canadá não seriam possíveis sem a ação humana.
- As temperaturas observadas foram tão extremas que se situam fora da faixa de temperaturas historicamente observadas. Estatisticamente, o calorão acontece em cerca de 1 em 1000 anos, no clima atual.
- Há duas origens prováveis para esse pico de temperatura. 1) trata-se de um evento de baixíssima probabilidade, mesmo no clima atual que já inclui cerca de 1,2 ° C de aquecimento global. 2) as interações não lineares no clima aumentaram substancialmente a probabilidade desse calor extremo, muito além do aumento gradual nos extremos de calor que foi observado até agora.
- Essa onda de calor foi cerca de 2 ° C mais quente do que teria sido se tivesse ocorrido no início da Revolução Industrial (quando as temperaturas médias globais eram 1,2 ° C mais baixas do que hoje).
- Olhando para o futuro, em um mundo com 2 ° C de aquecimento global (0,8 ° C mais quente do que hoje, o que nos atuais níveis de emissão já seria alcançado na década de 2040), esse evento teria sido ainda mais quente. Um evento como este – atualmente previsto para ocorrer apenas uma vez a cada mil anos, ocorreria aproximadamente a cada 5 a 10 anos no mundo futuro com 2 ° C de aquecimento global.
Ainda segundo o observatório WWA, esses resultados são um alerta: o aquecimento rápido do clima está nos levando a um terreno desconhecido que gerará consequências significativas para a saúde, o bem-estar e os meios de subsistência. É necessário pensar com urgência em adaptação e mitigação para preparar as sociedades para um futuro muito diferente. As mortes por calor extremo podem ser reduzidas drasticamente com ação de preparação adequada como planos de ação que incorporam sistemas de alerta precoce. Além disso, são necessários planos de longo prazo para modificar os nossos ambientes construídos, tanto em meio urbano como rural. Enfim, o homem terá que resolver o que ele mesmo criou.
Fonte: Futura Sciences; WWA
Foto de capa: ArtHouse Studio no Pexels