Além do presidente americano Joe Biden, que é o anfitrião virtual do encontro, outros 40 chefes de Estado são esperados na Cúpula dos Líderes sobre o Clima, que discutirá as ações que os países pretendem adotar rumo a um planeta limpo. Neste cenário de pandemia da Covid-19, é uma oportunidade para o mundo redefinir suas prioridades e seus engajamentos para uma sociedade sustentável, resiliente e igualitária.
O evento foi organizado por Joe Biden e tem John Kerry como enviado especial climático. O governo Biden pretende anunciar metas mais ambiciosas de redução das emissões de CO2 americanas até 2030. Após 4 anos de negação da urgência climática, o governo americano volta a se mobilizar em torno do tema e deve reafirmar compromissos para tentar limitar o aquecimento do planeta em 1,5 °C, no futuro.
SEM TRANSFORMAÇÃO NÃO HÁ FUTURO
Entre os temas em debate no encontro de líderes estão: aumentar os benefícios econômicos da ação climática, tais como a geração de empregos, a importância de mobilizar financiamento público e privado visando à necessidade de adaptação e resiliência aos impactos climáticos, a adoção de soluções baseadas na natureza, implantação e estímulo a tecnologias de transformação e à formação de lideranças subnacionais e empresariais bem-sucedidas na ação climática. Aposta-se na criação de empregos na transformação do setor industrial para acomodar a energia renovável, o transporte sustentável, os veículos elétricos, a área de construção civil e agrícola.
Entre os 40 líderes mundiais convidados para o encontro, estão os 17 das maiores economias responsáveis por aproximadamente 80% das emissões de gases estufa e do PIB global, além de países particularmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas ou que estão à frente de ações ambiciosas. Espera-se o anúncio de metas climáticas mais fortes por Japão, Coreia do Sul, Canadá e China, que ainda não apresentaram metas definitivas de longo prazo. Junto com os Estados Unidos e a Índia, eles são os países responsáveis por 75% das emissões poluentes globais.
A Cúpula de Líderes do Clima também é vista como um passo importante para que as grandes potências mundiais se comprometam com planos mais ambiciosos para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP26, que acontecerá em Novembro, em Glasgow, no Reino Unido.
PRESENÇA BRASILEIRA
O Brasil se faz presente na reunião em um momento em que os dados do desmatamento na floresta amazônica alcançam níveis recordes. Segundo o Instituto Imazon, a Amazônia perdeu 810 km² de floresta, só em março deste ano. Em comparação a março de 2020, o aumento do desmatamento foi de 216%, ainda segundo o Imazon. A devastação atingiu principalmente os estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas.
O presidente Bolsonaro terá 3 minutos para discursar na reunião virtual, mesmo tempo destinado a cada líder presente. Grupos indígenas, integrantes da sociedade civil, além de governadores e parlamentares brasileiros entraram em contato com o governo americano por meio de carta para manifestar o descontentamento com as ações do governo brasileiro e pediram firmeza nas negociações. Há uma semana, lideranças indígenas já haviam se reunido com o embaixador americano no Brasil, Todd Champman, e com Jonathan Pershing, um dos assessores de John Kerry, para expressar sua preocupação com a atual política ambiental na Amazônia.
Fontes: BBC-Brasil e WRI-Brasil