Uma floresta do tamanho da França cresceu no mundo em 20 anos

Aproximadamente 59 milhões de hectares de floresta cresceram, desde o ano 2000, mostra estudo que aponta também que a regeneração está compensando, em certos lugares. A nova vegetação é capaz de absorver e armazenar 5,9 gigatoneladas de CO2.

Foto da floresta: Instituto Últimos RefúgiosCC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

O estudo foi realizado pelo Trillion Trees em parceria com a WWF, durante dois anos, para determinar onde havia regeneração e por que razões. Foram determinadas três categorias de regeneração: a ativa (quando há replantio de espécies por ação humana ou externa). regeneração natural assistida (quando se incentiva a floresta originária a se regenerar) e a regeneração espontânea (quando não há intervenção humana). Os plantios comerciais foram excluídos do estudo, deliberadamente.

“A regeneração natural é barata, não requer tecnologia sofisticada e tem alto impacto no reflorestamento, no sequestro de carbono e na conservação da biodiversidade.”

(R. Crouzeilles et al., Environmental Research Letters, 2020)

4,2 milhões ha regenerados, no Brasil

À primeira vista, notou-se que as áreas de maior regeneração encontravam-se no hemisfério norte. Mas um olhar mais detalhado também identificou regeneração no sudeste asiático, na África Subsariana e no Brasil. De acordo com a pesquisa, 4,2 milhões de hectares se regeneraram, no Brasil, desde 2000. A maioria, em torno do bioma da Mata Atlântica. O estudo também indica algumas possíveis razões para o bioma voltar naturalmente, sem a ajuda humana: abandono progressivo do cultivo do café, após os anos 90, aperfeiçoamento das fazendas de gado com menor uso de pastagens e êxodo de grande parte da população que habitava o bioma da Floresta Atlântica.

Tucano-de-bico-preto, nativo da Mata Atlântica. Foto de Lindolfo Souto/Wikimedia Commons

Outros países que registraram maior expansão das áreas regeneradas foram Gabão, Mongólia, China (na área do nordeste de Pequim, resultante de esforços empreendidos pelo governo para conter as tempestades de areia) e México.

Mesmo com a boa notícia, os estudiosos alertam que o desmatamento ainda é maior do que a regeneração e que é preciso também parar de destruir as florestas. E garantem que, mesmo que tudo isso aconteça, não se pode pensar na substituição total da floresta que já foi destruída: “É praticamente impossível. Levaria décadas ou mesmo séculos para uma ‘floresta secundária’ se tornar rica em carbono e fauna, como são as florestas originárias e certos ecossistemas.” Ainda assim, restaurar e expandir as florestas são ações que fazem parte do desafio global para absorver carbono, estabilizar o clima e restaurar a fauna.

Fontes: Trillion Trees e The Guardian

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