O alerta é da Agência Internacional de Energia, na última edição do relatório semestral sobre o mercado da energia elétrica, apresentada nesta quinta-feira, 15 de julho. Segundo o documento, esse desequilíbrio aumenta o uso de combustíveis fósseis, tendo, em primeiro lugar, o carvão como principal causador do aquecimento global.
O novo relatório da IEA aponta um aumento de 5% na demanda de eletricidade, em 2021. Cerca de metade dessa demanda é atendida por combustíveis fósseis, principalmente o carvão, o que ameaça levar as emissões de CO2 do setor de energia a níveis recordes, em 2022. Ainda segundo a AIE, as energias renováveis estão se desenvolvendo rapidamente, mas não o suficiente ara atender à alta demanda global de eletricidade, este ano.
Em 2020, a demanda por energia caiu
Depois de cair cerca de 1%, em 2020, devido aos impactos da pandemia Covid-19, a demanda global por energia elétrica deve registrar um aumento de cerca de 5%, em 2021, e 4%, em 2022. Tal fato estaria sendo impulsionado pela recuperação econômica global. Estima-se que a maior parte do aumento na demanda de eletricidade venha da região Ásia-Pacífico, principalmente da China e da Índia.
Aumento das energias renováveis é insuficiente
Ainda segundo o relatório da AIE, com base nas atuais configurações de política e tendências econômicas, a geração de eletricidade a partir de fontes renováveis - incluindo energia hidrelétrica, eólica e solar fotovoltaica – deve crescer fortemente, em todo o mundo, nos próximos dois anos: 8%, em 2021, e mais de 6%, em 2022. Apesar desse crescimento, as energias renováveis só serão capazes de atender a cerca de metade do aumento projetado na demanda global de eletricidade, nesses dois anos.
Agência prepara-se para clima extremo
Desde o último Relatório do Mercado de Eletricidade da IEA, em dezembro de 2020, a seca, o frio e o calor e extremos têm causado sérias tensões e interrupções nos sistemas de eletricidade, no mundo todo. Em países que vão desde os Estados Unidos e México à China e Iraque. Em resposta, a IEA afirmou que está estabelecendo uma Escala de Eventos de Segurança de Eletricidade para rastrear e classificar as principais interrupções de energia tomando por base a duração da interrupção e o número de clientes afetados. A crise de energia do Texas em fevereiro, onde milhões de clientes ficaram sem energia por até quatro dias por causa do tempo gelado, recebeu a classificação mais severa nesta escala.
Para outras informações, leia o relatório na íntegra aqui.
Foto de capa Javier Alamo em Pixabay