A nova tecnologia desenvolvida por cientistas pode tirar os plásticos de aterros sanitários e oceanos e levá-los para compostagem caseira.
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Qual é sua maior utilidade?
Reduzir a poluição dos microplásticos e servir para o reaproveitamento dos plásticos. Além disso, um filme plástico muito acessível e facilmente compostável poderia incentivar os fabricantes a embalar frutas e vegetais frescos com esse material em vez de embalagens plásticas descartáveis. Com isso, as instalações de lixo orgânico economizariam em gastos extras com máquinas caras de separação do plástico.
Qual é a diferença dos materiais existentes?
A maioria dos plásticos biodegradáveis em uso hoje é feita de material de base vegetal misturado com amido de milho. Só que não é fácil distinguir o plástico biodegradável convencional do material de uso único, como o filme plástico. Assim, boa parte desses materiais acaba em aterros sanitários. E mesmo que um recipiente de plástico biodegradável seja depositado em um local de lixo orgânico, ele não pode quebrar tão rápido as moléculas quanto os restos orgânicos.
Como é que funciona?
O plástico projetado pelos cientistas do Laboratório do Departamento de Energia (Berkeley Lab) e da UC Berkeley pode ser dividido em seus blocos de construção – pequenas moléculas individuais chamadas monômeros – que formam um novo produto compostável.
“Na natureza, as enzimas são o que a natureza usa para quebrar as coisas – e mesmo quando morremos, as enzimas fazem nosso corpo se decompor naturalmente. Portanto, para este estudo, nos perguntamos: “Como as enzimas podem biodegradar o plástico para que ele faça parte da natureza?”, afirmou do Berkeley Lab. Assim, como as enzimas fazem parte de sistemas vivos, os pesquisadores as incorporaram no plástico para ficarem aí até o momento de agirem.
Em um resultado surpreendente, os cientistas descobriram que a água da torneira doméstica comum ou compostos de solo padrão convertiam o material plástico incorporado às enzimas e eliminavam os microplásticos em apenas alguns dias ou semanas.
Tecnologia barata e acessível
E isso é importante na hora de contabilizar os custos. As enzimas industriais podem custar cerca de US $ 10 por kg. Segundo a cientista Corinne Scown, também do Berkeley Lab, esse sistema novo acrescentaria apenas alguns centavos ao custo de produção de um quilo de resina porque a quantidade de enzimas necessária é muito baixa – e o material tem vida útil de mais de sete meses.
Texto: Pascale Pfann
Consultoria científica: Dra. Erica G. Gravina
Fonte: Berkeley Lab