O jornal francês Le Monde promoveu uma conversa/live com Bill Gates nesta sexta-feira 19 de março. Na verdade, foi um « diálogo com Bill Gates sobre a urgência climática », em referência ao livro de Bill lançado recentemente sobre a urgência de se evitar um desastre climático.
Philippe Escande, editorialista de economia, e a jornalista Audrey Garric, ambos do jornal Le Monde, mediaram a conversa com Bill. O evento começou com o editorialista lembrando o quanto a tecnologia é importante para o bilionário da hightech, citando inclusive a rápida criação da vacina contra a pandemia da Covid-19.
Bill Gates repetiu o que havia escrito no livro, o quanto é importante apostar na eletricidade, no futuro. E constatou o quanto o preço das energias solar e eólica caiu, em poucos anos. Gates inclusive menciona a energia renovável offshore. Vale lembrar que está em vias de deslanchar no Brasil.
A entrevista toda foi marcada pelo aceno de Gates à energia nuclear, setor onde ele investiu muito dinheiro. Ele frisou a necessidade de segurança do nuclear, mas não entrou em detalhes sobre o manejo dos resíduos, tema que preocupa especialmente os ambientalistas.
Entre as perguntas mais espinhosas, todas vindas dos internautas, a necessidade de maior sobriedade dos países mais ricos, que são os maiores responsáveis pelo aquecimento global. Gates destacou que o maior problema vem dos países intermediários, que são os maiores emissores de CO2. Ao citar o Brasil e a Índia, disse que são países que têm o direito de usar ar condicionado e a energia elétrica, e que é preciso aumentar o fornecimento e não retrair a demanda. Outra pergunta difícil da sua parceria com a Bayer-Monsanto, em sua presença na África por meio de sua fundação.
Outros temas abordados:
- necessidade de migrar para os carros elétricos
- os combustíveis e a aviação
- os biocombustíveis
- biocombustíveis x desmatamento
- gás de xisto
- terras raras
- criação de incentivos para valorizar os produtos verdes
- taxas ou créditos de carboo
- créditos para as energias solar e eólica (“que deram muito certo nos EUA”)
- conscientização sobre as mudanças climáticas
- a volta dos EUA ao acordo de Paris
- incentivo para consumir carnes sintéticas
Clique aqui para assistir na íntegra (com tradução simultânea em francês)