Cidades-esponja podem reduzir efeitos das mudanças climáticas

Por Pascale Pfann

Foto de capa por Paul Arps, CC BY 2.0 via Wikimedia Commons

A cidade de Roterdã se prepara, há mais de 10 anos, para enfrentar a elevação do nível da água do mar. O fenômeno já estava previsto, desde que as mudanças climáticas se anunciaram com o aquecimento global. Evento que só tende a se intensificar, nos próximos anos.

Os efeitos do aquecimento global na água são muitos: desde a chuva excessiva, passando pela qualidade da água, que se vê negativamente impactada, até as cheias que invadem áreas e desaloja populações ribeirinhas ou cidades vulneráveis. As autoridades da cidade holandesa conceberam um plano de ação e adotaram diversas medidas: o emprego de tecnologia e de materiais mais sólidos e resilientes em tubulações mais robustas, barreiras e diques de contenção, praças de água e prédios adaptáveis.

Telhados verdes na Holanda. Foto Picasdre, CC via Wikimedia Commons

O grande trunfo para o sucesso das mudanças é a conscientização e a forte participação da população. Muitos moradores se engajaram no movimento e colaboram na criação ou renovação de áreas naturais da cidade. Além disso, há uma transição no uso de materiais em áreas privadas ou públicas: o concreto ou materiais que não absorvem a água tem sido preteridos por produtos mais porosos e ecológicos. Ao percorrer Roterdã, já se vê a mudança em vários bairros com canteiros verdes e hortas não só na terra como nos telhados dos prédios.

Atualmente, o impacto da pandemia exige de todos a adoção de medidas flexíveis e soluções em pequena escala e baseadas na natureza.

Uma das soluções adotadas

foi a construção de uma praça-piscina.

Praça Benthemplein, Roterdã
(C) Roel Dijkstra Photography-Vlaardingen / Photo Joep van der Pal

A praça de Benthemplein, construída em 2013, é uma área de lazer para a prática de esportes ou encontros diversos. O complexo foi um projeto do escritório de arquitetura De Urbanisten e é composto por três bacias. Duas delas são subterrâneas e armazenam a água sempre que chove. A terceira é uma quadra de esportes abaixo do nível da rua que enche quando a chuva persiste.Quando chove muito,, o local se transforma em área de retenção de água.

Praça Benthemplein cheia d’água. Foto de William Veerbeek / cc

A água acumulada na parte mais baixa, na quadra de esportes, é distribuída no subsolo por encanamentos. (Veja em detalhes no vídeo adiante). O armazenamento da água pode durar até 36 horas depois da chuva. Um sistema deixa a água fluir gradualmente, o que permite que ela volte para as reservas subterrâneas e nunca seja canalizada para o esgoto.

Na praça, a água da chuva é transportada até as bacias por grandes calhas de aço inoxidável. Essas calhas são projetadas para serem utilizadas por skatistas quando não está chovendo.

Quer ver a câmera ao vivo do local? Clique neste link ou na imagem.

Imagem da câmera que transmite ao vivo as imagens da praça Benthemplein.

Fonte: e-licencie, Resilient Rotterdam

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