Por Edna Quinoa
7 de setembro
Dou início hoje a minha participação neste site pouco conhecido, mas isso não tem lá tanta importância, afinal também não sou muito famosa. O importante é que venho imbuída de muita convicção e determinação, pois eu e o Fact Mundi temos muitas outras coisas em comum: a principal delas é que queremos que a sociedade se engaje de verdade na proteção do meio ambiente e que se mobilize por um planeta limpo.
Por que esperei o dia 07 de setembro para lançar a coluna? Porque hoje é o Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul, instituído pela Organização das Nações Unidas. Data para se celebrar o “céu de brigadeiro”, diriam meus velhos colegas de escola. Não o desses brigadeiros tão disputados das festinhas infantis! Lembro-me de quando eu chegava às festinhas dos meus amigos e já pensava onde ficaria a postos, na hora dos parabéns, para atacar sem demora a bandeja com as doçuras morenas cobertas de granulados. Hummm, delícia! Era uma estratégia indispensável, pois os brigadeiros acabavam num piscar de olhos. Nunca entendi por que não faziam mais deles. Aliás, nem precisava de mais nada, nem do bolo, bastava o brigadeiro.
Certa vez, papai me impediu de vigiar meus docinhos. Ele ordenou que eu ficasse sentada à mesa junto com a família, pois não era decente uma menina de família ficar vagando à solta pelo salão de festas. Papai também era brigadeiro… nada doce, muito amargo, aliás: brigadeiro de carreira. Brigadeiro que teria prazer em brancaleonear um céu agitado com correntes ascendentes e turbulento. Turbulências, aliás, que ele mesmo criava.
Mas como não vim tratar disso, hoje, vou me concentrar no que interessa: no ar puro. E no nosso futuro. Um futuro de amor à natureza e de comunhão com a natureza. E natureza rima combina com céu limpo, livre de poluição, com nuvens passeando calmamente no céu azul-celeste. Cenário ideal para nos deitarmos na grama e nos deliciarmos tentando adivinhar que figuras nos veem à mente ao avistarmos os chumaços brancos desenhados lá no alto. Carlos Drummond de Andrade comparou a mãe ao ar puro, no poema Para Sempre. Caetano Veloso “olhava as estrelas no céu”. Hoje é dia de rimar ar puro com vida. De rimar céu limpo com vida. Céu é amor e a natureza é criadora.