Após mais de um mês e de 110 horas de discussão, a Assembleia Nacional da França aprovou o texto da lei Clima e Resiliência (Loi Climat et Résilience), que estabelece as próximas diretrizes para conter as emissões poluentes no país. O documento recebeu 332 votos a favor, 77, contra, e teve 145 abstenções.
Organizações e ativistas ambientalistas criticaram a lei, afirmando que vários pontos importantes foram retirados do documento e que ele é muito mais tímido do que o projeto saído dos trabalhos da Convention citoyenne pour le climat (CCC), a Convenção Cidadã para o Clima.
Hoje cedo, militantes da Associação Extinction Rebellion fizeram um ato simbólico diante da Assembleia Nacional e se acorrentaram às grades do portão de entrada do prédio. ONGs como o Greenpeace e a Rede de Ação Climática, por sua vez, afirmaram que tudo não passa de uma “confusão espetacular” e de “cinismo climático”. Desde o início das discussões na Assembleia (ver nosso artigo anterior), essas críticas já eram emitidas por setores descontentes.
Vale lembrar que, na reunão de Cúpula dos Líderes sobre o Clima, organizado pelo presidente Joe Biden, nos últimos 22 e 23 de abril, o presidente francês Emmanuel Macron salientou a importância de “precificar o carbono” e “integrar a dimensão ambiental no custo dos investimentos” e nas “relações comerciais”. Com isso, ele quis se referir à taxa carbono que a União Europeia quer fixar, nas fronteiras.
O texto segue para o Senado, onde começará a ser examinado no próximo mês de junho. Uma marcha a favor do clima está prevista para o próximo sábado, 09 de maio, em toda a França.
Fonte: Le Parisien, AFP e RFI
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