Da Redação do Fact Mundi
Breno Cardoso, Joana Willemsens, Nicholas Chamma, Felipe Farme D’Amoed
Quatro jovens cariocas decidiram mudar a visão das pessoas sobre o descarte de resíduos orgânicos. “Não é lixo orgânico”, diz Nicholas Chamma. “Na verdade, isso é um resíduo, já que se trata de um recurso. Então, o certo é falar resíduo orgânico.” A mudança já começa aí.
E esse recurso foi a matéria-prima que os reuniu em torno de uma startup que promove a economia circular na cidade do Rio de Janeiro e o circuito curto, aproximando os consumidores dos produtores locais. Com essa filosofia nasceu o Casca, que faz a coleta e o tratamento do resíduo orgânico de pessoas físicas, no município carioca. E a empresa é sustentável em seus deslocamentos até o cliente. Uma vez por semana, no mínimo, eles coletam o lixo o lixo orgânico dos clientes, compostam e o transformam em adubo natural. Cada cliente ainda ganha um bônus e pode escolher um produto vindo direto de produtores agrícolas locais. O Casca processa 2,5 toneladas de resíduos orgânicos por mês. Agora, o quarteto quer expandir a iniciativa junto a estabelecimentos comerciais, restaurantes e empresas engajadas na questão ambiental.
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Amanda Costa
Amanda da Cruz Costa tem apenas 24 anos, mas já fez mais do que a nossa imaginação pode supor. Formada em Relações Internacionais, é ativista reconhecida e uma cidadã engajada desde os 14 anos, quando se inscreveu na Associação Cristã de Moços de São Paulo. Foi dali que ela deu um salto para o mundo.
Do tipo que corre atrás, Amanda sempre abriu caminho para mostrar do que é capaz e não vai sozinha: sempre leva junto aqueles que fazem parte da sua vida. Foi assim que viajou para a Alemanha como representante da juventude brasileira e participou de uma conferência da Organização das Nações Unidas, em 2017. E depois, quando se tornou embaixadora da ONU ou ainda, mais recentemente, ao ser incluída na lista da Revista Forbes under 30 como a jovem que realiza ações de impacto e está transformando o Brasil.
Ao lado, reprodução do Instagram de Amanda ao saber de sua inclusão no Forbes under 30.
Seu mais novo projeto: Perifa Sustentável, uma organização que fundou e tem como objetivo democratizar as pautas da Agenda 2030 da ONU para as periferias e as favelas do Brasil.
“Ele tem 3 pilares: a comunicação, para repassar as pautas ambientais para a periferia com questões como a crise climática, o racismo ambiental, entre outras; as ações comunitárias, pois, muitas vezes, a periferia já fala sobre isso, mas não nomeia. Tentamos deixar tangíveis todas essas pautas; e a participação política, de forma a movimentar os nossos representantes para que pressionem o poder público e assim impactar as periferias de São Paulo”, explica a ativista.
“O Perifa nasceu como uma ambição individual e agora está virando um sonho coletivo. Ele nasceu comigo, nessa dor que eu tive. Eu estava participando de espaços de tomada de decisões – estive em duas conferências da ONU e não me senti representada naquele ambiente – e voltei com a ideia de capacitar a juventude de pretos da periferia para ocupar esses espaços. Entendi que esse sonho poderia ser escalável se eu tivesse um time comigo. O Perifa Sustentável não é só da Amanda, é um sonho coletivo de lideranças pretas. Tem outras lideranças pretas protagonizando o debate climático, o debate de sustentabilidade”.