Números na COP28

07/12/2023

Por Pascale Pfann

Faltam apenas 5 dias para a negociação do texto da declaração final da COP28. Foram dias intensos com muitas notícias boas e alguns contratempos, como em todas as cúpulas ligadas às mudanças climáticas.

A glaciologista Heidi Sevestre participa da conferência sobre o clima em Dubai pela quinta vez seguida. Em sua coluna na Radio France, ela disse que nunca tinha visto um evento tão grande. “Esta é realmente a maior COP da História”.


A partir das informações da cientista e de outros números, fizemos um pequeno resumo numérico do que está acontecendo desde 30 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Veja alguns números:

  • 97.000 ingressos distribuídos
  • 195 países participam: delegações oficiais e membros da sociedade civil
  • 0,05% são cientistas
  • 2.456 lobistas, 4 vezes mais do que em 2022
  • O Secretário-Geral da ONU bateu o pé no 1o dia: “Estamos aqui para discutir a eliminação gradual dos combustíveis fósseis”.
  • O presidente da COP, o sultão Al Jaber, havia declarado que não havia provas científicas de que os combustíveis fósseis precisavam ser limitados para evitar um aumento da temperatura global de mais de 1,5 grau.
  • O mesmo sultão Al Jaber conclamou os governos a acordarem metas globais para triplicar a capacidade de energias renováveis e dobrar a taxa de melhoria da eficiência energética até 2030.
  • O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que o país se unirá oficialmente a um bloco que promove um Tratado de não proliferação de combustíveis fósseis. Os combustíveis fósseis matam cerca de 7 milhões de pessoas por ano somente com a poluição do ar. O tratado proposto tem o apoio de 11 estados, 95 governos subnacionais e mais de 2.200 organizações da sociedade civil.
  • Representantes de cerca de 200 países aprovaram o Fundo de Perdas e Danos, criado para ajudar as nações que enfrentam as consequências das mudanças climáticas. Alguns dos países que contribuíram foram
  • Emirados Árabes Unidos – US$ 100 milhões
  • Alemanha – US$ 100 milhões
  • UE – US$ 136 milhões
  • Reino Unido – US$ 51 milhões
  • Japão – US$ 10 milhões
    Isso dá um total de US$ 414,5 milhões, muito aquém dos US$ 100 bilhões solicitados pelos países beneficiários.
    O gerenciamento do Fundo foi concedido ao Banco Mundial por um período de 4 anos.

Foto de Mika Baumeister / Unsplash

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