Energia solar: o sol nasce para todos

A democratização do acesso à energia via painéis solares na residência. Isso é possível?

De Pascale Pfann

Na França, milhares de moradores já produzem parte da eletricidade que consomem. São pioneiros ou novatos que buscam a independência energética ou reduzir as contas de energia elétrica. De acordo com a Enedis, empresa pública de energia elétrica da França, no início de 2021, cerca de 100 mil lares (link em francês) já praticavam o autoconsumo individual. A democratização da energia solar é um sonho para muitos: painéis solares sobre a residência, com a vantagem de poder enviar à rede de fornecimento o excesso produzido. Segundo projeções da RTE, gestionária da rede de energia elétrica, 4 milhões de lares franceses (link em francês) poderiam estar assim equipados em 2030.


Photo by Kindel Media

“Autoconsumo” (link em francês), as duas situações:

  • vender toda a eletricidade produzida – após a instalação de painéis solares na residência, toda a eletricidade produzida vai para a rede de energia e é vendida à empresa de fornecimento elétrico.
  • vender o excedente do que não for consumido – nesse caso, a rede de fornecimento elétrico recorre pontualmente ao produtor da energia elétrica para obter o excedente não consumido.

Contas de luz até 50% mais baratas

Da iluminação da casa à piscina, passando pela geladeira, a iniciativa tem reflexos na conta de luz que pode ficar até 50% mais barata. E nos dias mais ensolarados, o excesso de produção de energia é revendido para a companhia de fornecimento local.

Os custos da instalação do sistema, porém, são consideráveis: 13 mil euros, todo o material e a instalação incluídos. E a previsão de início de rentabilidade é de cerca de 10 anos.

Segundo dados obtidos dos sites dos revendedores do kit, um painel solar é capaz de produzir entre 350 e 500 kWh por ano. A título de comparação, 1kWh é capaz de iluminar uma casa durante mais de um dia.

Kits de autoinstalação

A tecnologia para produzir energia solar em sua própria residência já não é mais novidade. O que há de novo são os kits de autoinstalação, vendidos para particulares. O kit é composto por poucos itens: um, dois, ou mais painéis solares, fica a critério do comprador; um contador de energia (uma espécie de relógio que registra a energia que se produz);  uma caixa de AC, para proteger a instalação; uma tomada; e um fio próprio de 5 a 20m para fazer a ligação entre o quadro de luz e o sistema.

O kit pode ser instalado na terra, no jardim, ou no telhado da casa. Basta ter espaço para colocar todos esses elementos e ter um mínimo de conhecimento técnico. Após a instalação, é preciso declarar à empresa local de fornecimento de energia elétrica e à prefeitura.

Mais barato

A grande vantagem do kit, em comparação ao outro tipo de instalação, é que ele custa entre 700 e 1.000 euros, segundo Bertrand Aucordonnier, engenheiro da agência de meio ambiente e de energia francesa, Ademe. Comparativamente às instalações mais complexas, é uma economia de cerca de 12 mil euros.

Foto de capa: Los Muertos Crew

Fontes: Reporterre, France3, Franceinfo

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