Relatório sobre o clima do IPCC: boas e más notícias

Por Redação do Fact Mundi

O mar sobe, o metano preocupa, alerta máximo para o planeta. Saiu hoje o relatório dos especialistas do clima na ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que reúne mais de 230 pesquisadores de 66 países. Eles analisaram 14 mil publicações científicas sobre o tema e concluíram que o clima está mudando mais depressa do que se se pensava e o homem é o responsável. Veja um resumo da situação:

  • Já em meados de 2030, as temperaturas terão ultrapassado o limite de +1,5°C (comparativamente à era pré-industrial) fixado pelo Acordo de Paris.
  • Os aliados do clima estão fragilizados. Florestas, solos e oceanos, que absorveram 56% do CO2 emitido na atmosfera pela ação humana, desde 1960, mostram sinais de saturação;
  • Se não houver uma redução significativa do aquecimento global, prevê-se um aumento sem precedentes dos fenômenos meteorológicos extremos em todas as regiões do planeta: chuvas torrenciais, picos de calor, seca, derretimento de geleiras. E eles serão mais intensos;
  • O nível dos oceanos subiu 20 cm, desde o início do século 20, e deve continuar subindo durante séculos ou milênios. No cenário mais otimista, a elevação chegaria entre 30 e 50 cm, até o final do século. E na projeção mais pessimista, o mar subiria 1 metro até 2100;
  • As geleiras também derreterão durante décadas ou até séculos.
  • O metano nunca preocupou tanto. As concentrações de CH4 na atmosfera, decorrentes da produção de gás, da mineração, do tratamento de resíduos e da pecuária, nunca estiveram tão altas em 800 mil anos.
  • Certas regiões aquecem mais do que outras. No Ártico, por exemplo, a temperatura média deve aumentar três vezes mais depressa que nas outras regiões do mundo.
  • A ação humana produziu mudanças no ciclo global da água, desde meados do século 20, e projeto um aumenta na variação desse ciclo em grande parte do planeta.
 

As boas notícias:

  1. O relatório tem apresentou diferentes pontos de vistas com observações, nuances entre projeções e estudos diversos que permitiram obter dados mais consistentes;
  2. Se formos capazes de chegar ao carbono zero, muito possivelmente será possível deter o aquecimento do planeta;
  3. Como muitos fenômenos extremos são causados pela elevação da temperatura, uma vez esta controlada, esses fenômenos serão amenizados;
  4. Se houver redução de metano, nos próximos 10 anos, poderá reduzir o ritmo do aquecimento e diminuir a poluição atmosférica;
  5. Se reduzirmos as emissões rapidamente, nos próximos 10 anos e chegarmos ao carbono zero por volta de 2050, ainda será possível limitar o aquecimento a 1,5°C;
  6. Se atingirmos zero emissões de gases de efeito estufa a temperatura poderá até diminuir.

Fonte: veja tuíte a seguir:

 

Encarar a crise como uma crise

Políticos e ambientalistas reagiram ao relatório insistindo que não é com discursos que os problemas climáticos serão resolvidos e que é preciso uma ação muito mais forte por parte de toda a sociedade. Em um tuíte, a ativista Greta Thunberg disse que o relatório não contém surpresas e que estamos realmente vivendo em uma emergência. “Nós devemos ser corajosos e tomar as decisões baseadas em evidências científicas apontadas nos relatórios. Ainda podemos evitar as piores consequências, mas isso não será possível se continuarmos do jeito que estamos, sem encarar a crise como uma crise.”

 

Foto de capa: ELG21/Pixabayixabay

Fontes: IPCC, O Globo, France Info

Não perca a nossa newsletter. Assine👇

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *