Da Redação do Fact Mundi
Os nomes são complicados e a maioria deles é em inglês: “greenium”, “greenwashing”, “Green, Social, Sustainability”, “Sustainability-Linked Bonds” e muitos outros mais. No entanto, eles estão cada vez mais presentes nas mesas de negociações de empresas ou entidades que entraram na corrida por um planeta mais limpo, tanto no Brasil quanto no exterior.
Hoje, abordaremos dois tipos de instrumentos financeiros bastante conhecidos para a captação de capital para o financiamento de atividades econômicas sustentáveis.
Por exemplo, a fabricante de celulose Suzano concluiu a captação de US$ 1 bilhão em SLBs vinculados a metas ESG, em junho passado. Entre os compromissos assumidos pela empresa estão ter 30% dos cargos de lideranças ocupados por mulheres até 2025 e reduzir em 12,4% a utilização da água em suas operações industriais, até 2026, tendo como base o uso em 2018. Se não cumprir o prometido, o custo da sua dívida aumentará e ela terá que pagar 12,5 pontos básicos a mais de juro ao ano.
Os SLBs são mais atrativos
Esses títulos são considerados “greenium” – jargão do mercado que une premium a green. É quando as dívidas sustentáveis estão mais baratas para os emissores do que as tradicionais. Isso significa que a sustentabilidade compensa. Além disso, as empresas dão uma lustrada na imagem de sustentabilidade e na credibilidade ESG.
Há alguma desvantagem? Há que se questionar se as empresas poderão trapacear. Ou seja, ao perceberem que poderiam não atingir os objetivos antes do vencimento do título, as empresas seriam tentadas a tomar certas medidas como solicitar o pagamento antecipadamente e assim evitar as taxas de penalidade (pelo atraso). Uma forma de impedir essa “cambalhota” seria prever este tipo de ação na oferta.
Outra questão com a qual os investidores devem ser cautelosos é o potencial “greenwashing”. A expressão, que significa “lavagem verde”, em português, é uma estratégia de marketing que usa a ecologia de forma enganosa para melhorar a própria imagem. Como os investidores podem se prevenir?
- Primeiramente, pesquisar relatórios de desempenho que indicam se uma empresa foi realmente atuante em defesa do meio ambiente, nos últimos anos. Agora, se forem empresas jovens, não há como ter esses dados e é preciso ser mais cauteloso.
- Avaliar se o projeto sustentável ou verde da entidade é viável. Os objetivos podem variar de empresa para empresa, mas organizações como a Climate Bonds Initiative trabalharam para definir um padrão ou uma certificação que estabelece critérios para empresas de acordo com o seu setor.
Foto de capa: Nattanan Kanchanaprat de Pixabay
Fonte: B3, CapitaReset e Financial Post
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